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02/07/2009

A guerra dos guerreiros



Recusei-me a ouvi-la
Recusei-me a senti-la.
Porque sim.
Porque não quero mais guerra,
Aquela guerra dos canhões,
Aquele louco bradar das vozes
Aquela louca vitória dos loucos.
Sofrendo a banal dor dos massacrados
De ódio, servidores de “galões”.
Não posso reconhecer a injustiça
Nos escravos da guerra,
Irreconhecíveis, anónimos e ingénuos,
Que nas garras do valor patriótico
Combatem até ao fim,
Esclarecendo corpo a corpo
O sonho dos chefes valorosos
E glorificados.
Os chefes que de noite, ao som dos canhões,
Partem do mundo, esquecem a guerra,
No corpo das suas amantes.
E são eles que sedentos de amor,
Tarados do amor, não fazem a paz.
Querem apenas amor
Nos braços ternos de uma qualquer.
E os outros, tristes,
Bafejados pela ruína e desalento,
Eles que mutilados de dor,
Procuram o abrigo,
Encontram na face das suas mulheres pobres d’amor
As lágrimas amargas da amargura.
E choram.

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