para que não saia desta boca
o som ténue e cada vez mais corroído
que não nos une.
como se elas por si só,
doessem, e às vezes
choro quando o faço.
Não por pudor,
não por receio, a
penas porque não as perceberias,
porque eu não saberei o que fazer com elas,
e por isso não as poderei dizer.
têm existências cheias de vida,
árduas, carregadas de mim.
as que sinto a sua leveza de as escrever,
naquilo que se traduz em serem tão rápidas
de escrever como o são quando as considero.
de dilatar, de não magoar ou ofender.
como se de receitas
de sobrevivências se tratassem,
qual remédio de ficar robusto,
bálsamo de não desvairar.
até ti tudo isto que rabisquei.
Seja a raiva do desejo que avalio,
seja a ferida por malefício pouco eficaz,
sejam memórias de instantes tão bons,
seja o que te sinto, sei que são as saudades
que cerceiam neste sentimento
a que já nem sei dar título e que experimento por ti.
sso em mim ainda é afecto.
e assim invento-te só porque existes.
Mas tu não sabes.
mesmo que eu só me tenho lastimado.
Não avistas,
não descobres o sorriso que te dou,
só por te sentir aí.
com o empenho sobrenatural que me destinaste,
sem lembrança, a qualidade de te experimentar
como se aqui estivesses.
porque as vou emudecer dentro de mim,
escrevendo-as apenas em refúgios pouco concretos,
senão mesmo indefinidos,
como se as chorasse apenas para mim,
com prantos amontoados
de não saber que posso fazer mais,
de não saber que pronunciar melhor,
de não saber como ser melhor.
e então as confisques
para que saibas da sua intensidade e fervor.