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07/08/2011

Delírio


Como um semblante
arrojado e abrigado
num dispêndio 
de um nada solidário 
compareceu perante o sonho
uma preciosidade
com a energia do fim.
Numa demanda
incessante 
instintiva de percurso
como algo sem fronte
nem encargo ou beneficio
numa alusão à realidade 
sem nada
no resumo de tudo.
Tudo isto  
sem um sentido
assim existiu
no âmago do seu ter,
aquele que nada é sem nós!
Paralisado por mundos solitários
com aquele sabor que sobra
na brecha de uma leveza
deixa-me repousar
deturpado com o odor do real.



18/06/2011

Percurso de infindas intenções
que me convertes numa procura 
de nada que permanece.
Quem me impede,
nada faz por voltar 
a abalar o que revivi .
Quando devo estar atento 
ao teu sonho 
e ao teu dizer no momento?
Quando?
Se naquele instante e intuição de nós,
surgem vocábulos desfeitos
com origem num regresso do nada.
Nos mundos transviados 
por dias sem fim
onde aquilo que não existe é mais forte
do que aquilo que se dá.

31/05/2011




Hoje,
poder antever réstias de tudo,
nas palavras que me destinas
será uma mágoa,
marco do teu contento.
Com isso fomentas no desconsolo
de estar perto de alguém
que por não me poder ter mais,
intensifica em mim
o desalento de coisa sem paladar. 
Misterioso este capricho ou sabor
num plano sem certezas
mas com desejos. 
Como se não sobejasse
nem uma ínfima partícula de ti
que permitisse criar
sensações desse teu ser!
As vontades subtraídas,
moldam-se ao reflexo
de encontros
ou desencontros de tudo
que a nossa memória conquistou,
abriga ou despreza.
Tenho-te apenas,
em mim numa forma
mais desconcertante
que alguém pode ter,
como se desejasse não me lembrar
do desprazer que me dá esse contento!
Mas tenho-te aqui
sempre presente,
em cada traço do meu dia,
como se fosses o reflexo
do melhor que se pode dar. 
Ambiciono ter-te para sempre
como episódio eminente
de tudo aquilo
que me faz encontrar razões
onde eu próprio estranhava,
que deixa marcas nos poros
ou em focos de respiração 
incessante por ti.
Se estes não pudessem cumprir a sua vital função,
pelo facto de estarem vedados a tudo
o que experimentei
diante e contíguo a ti
chegaria já
para mostrar caminhos de futuros
naquela memória sem alternativa
que constantemente suplica que te deixe partir.
Escapar e compor essa vontade
no que está oculto no meu corpo,
naquilo que for ressentido
faz-me sempre inverter
esse porto de abrigo
que foste
e que continuas a ser,
até à pronunciação do desfecho dos tempos.



30/05/2011



Vive em conformidades consigo mesmo,
sem nada sofrer
só pensando nos outros 
em auxílios!
Quando alguém lhe perguntava por si, 
em tudo
lhe ecoavam as conquistas e a ficção.
Aquelas perfeições
de dias mal passados
eram bons reflexos, com clarões
daquelas cedências
que não completou, 
e extinguiu-se!
Quem construiu um mundo perfeito,
também lhe escolheu o esquecimento,
por isso
não soube que tudo o que tinha,
consistia num refúgio 
carregado de imperfeições.
Quem lhe apregoava tudo isso
também lhe disse
que o mundo
era esse, assim
repleto de contradições,
com estratégias 
ou nas extravagâncias
onde apenas as pressas sejam
uma composição daquilo que não se adquiriu
por ser frágil a conquistar.

29/05/2011

As palavras que nunca te direi....

Escondo os clamores que às vezes me apetece dar, 
para saber de ti.
Reprimo-me invisivelmente e não falo 
para que não saia desta boca 
o som ténue e cada vez mais corroído 
que não nos une.

Escrevo palavras que ofertam, 
como se elas por si só, 
doessem, e às vezes 
choro quando o faço. 





E atenua, mas há palavras que nunca te direi!
Não por pudor, 
não por receio, a
penas porque não as perceberias, 
porque eu não saberei o que fazer com elas, 
e por isso não as poderei dizer.
Tenho a certeza que elas 
têm existências cheias de vida, 
árduas, carregadas de mim.
Mas escrevo apenas algumas, 
as que sinto a sua leveza de as escrever, 
naquilo que se traduz em serem tão rápidas 
de escrever como o são quando as considero.
Cogito realidades com uma fúria de sentir, 
de dilatar, de não magoar ou ofender.
Prescrevo-as 
como se de receitas 
de sobrevivências se tratassem, 
qual remédio de ficar robusto, 
bálsamo de não desvairar.
Quem sabe um dia ceda e leve 
até ti tudo isto que rabisquei.
 Seja a raiva do desejo que avalio, 
seja a ferida por malefício pouco eficaz, 
sejam memórias de instantes tão bons, 
seja o que te sinto, sei que são as saudades 
que cerceiam neste sentimento 
a que já nem sei dar título e que experimento por ti.

Quando sinto que te omito, i
sso em mim ainda é afecto.
Às vezes completo-o com o gracejar das minhas realidades acanhadas, 
e assim invento-te só porque existes. 
Mas tu não sabes.
Alguma vez sinto-te a descobrires-me, 
mesmo que eu só me tenho lastimado. 
Não avistas, 
não descobres o sorriso que te dou, 
só por te sentir aí.
Não vês os meus olhos que procuram 
com o empenho sobrenatural que me destinaste, 
sem lembrança, a qualidade de te experimentar 
como se aqui estivesses.

Sim, por isso há palavras que nunca te direi, 
porque as vou emudecer dentro de mim, 
escrevendo-as apenas em refúgios pouco concretos, 
senão mesmo indefinidos, 
como se as chorasse apenas para mim, 
com prantos amontoados 
de não saber que posso fazer mais, 
de não saber que pronunciar melhor, 
de não saber como ser melhor.
Quem sabe um dia tas expresse 
e então as confisques 
para que saibas da sua intensidade e fervor.

Mulher sorri...


Sorrisos convincentes

naqueles

olhos intensos e animados pela dor

ou lance

raiado pelo gáudio de alguém

que foi adequado ao

refúgio de alguns

amantes

inquietos com um istmo

ou um contratempo na

sofreguidão dos encantamentos

atrozes como as gotas em

orvalhos sem contar.

Jornada de ternura


No inicio da jornada de ternura

alvejamos os pontos fortes

delicados e transitórios

numa mesma sensação.

Eram dois sentidos

com lembranças diferentes

para cá

que alguém distinto de nós

insistiu e cunhou para lá

sem tingir o culminar do desejo

sem ofender o limite do prazer.

Fala-se em derrota,

porque permaneceram vestígios

daquela intuição de nós

do que se não criou ou foi gerado.

Sentimos na angústia

dos momentos mais gratos

e mais ternos de cada um

os conceitos de quem nada sabia,

daqueles que cobiçaram

e anseiam por certezas,

que nas entranhas

sustentam um rigor

daquilo que não agrada

mas que os faz contornar

apenas os que nada sabem.

Ou se sabem,

nada fizeram para o dizer.

Estaria tudo bem

nessa firmeza daquele evento

e na sufocação da vontade

se ninguém insistisse

em ressurgir

e contestar os actos,

como se alguém

estivesse cativo

de algumas adequadas vontades.

25/05/2011

Procurarei por ti

até ao fim de um mundo

ainda interminável

que eu não sei!

Demandarei aquilo que receei,

temente de tudo

que se entrega sem regra!

Esgravato e posso encontrar

numa consistência mais forte de mim,

no infinito dos esboços e no modo da incerteza,

a certeza daquilo

que todavia me deu

o sonho de te ter e sentir.

Continuas a ser o ente que se afasta,

mas que jamais se esgota.

Acontecimento que se deseja

num todo ou cada vez mais,

como um desejo louco

e magoado, sem vínculo.

Pressentimento de veludo,

agreste criatura que me foge

e procura como um aroma volátil,

no sentido de um nexo

daquilo que não existe em mim.

Caminhas até me ter,

próximo da tua mente,

com alguma exactidão

e confirmas a certeza

que vais voltar-me a experimentar!

Comprovas assim esta determinação

de manter um ciclo deliberado de vínculos.

Prometo por isso que me sentirás,

de tudo o que quero

fazer-te experimentar,

desde o lado mais cavado

ao mais profundo

do caminho para nós.

09/02/2011

Razão com fé













Relembro um tempo reforçado
com algumas respostas
de dias cumpridos
por frágeis individualidades
sem a percepção de futuros.
Que dizes do tempo?
Escreves na sua sombra
uma ténue marca do nada
e reforças nessa escrita
aquela ideia do nosso passado!
Não encontro palavras
que descrevam essa polémica
do segundo seguinte.
Por isso, parto daqui
parto para não chegar,
ou voltar,
num arremesso do nada.
Parto assim
sem mais nada.

Agradecimento


Tenho-te na memória
queda e sem razão
ser inanimado
sem réstia de trilho
nesses lindos olhos.
Tenho-te assim
e não te quero
tenho a vontade
de palmilhar este mundo
trespassá-lo de vontade
de te ter.

18/01/2011


Elas,
recordam-me aquilo que
foram no encontro
geométrico de nós
de vários resumos de vida
no centro do nosso mundo.
Quando desarrumamos
os turnos dos dias
sinto a fragância da tua tristeza.
O que vai no fio do tempo?
Porque sinto esse frio!
Tens sempre o fim de tudo,
de coisas sem razão.

16/01/2011

Cruzamentos


As cruzadas das nossas ideias
levantaram um símbolo
encostado ao ombro de um pobre velho.
Os olhos do teu refúgio brilham
com uma claridade lunar
numa noite de profunda escuridão.
A sobrevivência fez-se nossa
convergindo num cruzamento
de discursos sem ordem.
Quem explica isto!
Que força surgiu assim
do fundo de um retalho de nada?
Grandeza repartida,
aos poucos
pelo coração dos sobreviventes
onde a face da dureza
enrugada nos dedos
tem uma vontade sem principios.