07/08/2011
Delírio
18/06/2011
31/05/2011
incessante por ti.
30/05/2011
29/05/2011
As palavras que nunca te direi....
para que não saia desta boca
o som ténue e cada vez mais corroído
que não nos une.
como se elas por si só,
doessem, e às vezes
choro quando o faço.
Não por pudor,
não por receio, a
penas porque não as perceberias,
porque eu não saberei o que fazer com elas,
e por isso não as poderei dizer.
têm existências cheias de vida,
árduas, carregadas de mim.
as que sinto a sua leveza de as escrever,
naquilo que se traduz em serem tão rápidas
de escrever como o são quando as considero.
de dilatar, de não magoar ou ofender.
como se de receitas
de sobrevivências se tratassem,
qual remédio de ficar robusto,
bálsamo de não desvairar.
até ti tudo isto que rabisquei.
Seja a raiva do desejo que avalio,
seja a ferida por malefício pouco eficaz,
sejam memórias de instantes tão bons,
seja o que te sinto, sei que são as saudades
que cerceiam neste sentimento
a que já nem sei dar título e que experimento por ti.
sso em mim ainda é afecto.
e assim invento-te só porque existes.
Mas tu não sabes.
mesmo que eu só me tenho lastimado.
Não avistas,
não descobres o sorriso que te dou,
só por te sentir aí.
com o empenho sobrenatural que me destinaste,
sem lembrança, a qualidade de te experimentar
como se aqui estivesses.
porque as vou emudecer dentro de mim,
escrevendo-as apenas em refúgios pouco concretos,
senão mesmo indefinidos,
como se as chorasse apenas para mim,
com prantos amontoados
de não saber que posso fazer mais,
de não saber que pronunciar melhor,
de não saber como ser melhor.
e então as confisques
para que saibas da sua intensidade e fervor.
Mulher sorri...
Jornada de ternura
No inicio da jornada de ternura
alvejamos os pontos fortes
delicados e transitórios
numa mesma sensação.
Eram dois sentidos
com lembranças diferentes
para cá
que alguém distinto de nós
insistiu e cunhou para lá
sem tingir o culminar do desejo
sem ofender o limite do prazer.
Fala-se em derrota,
porque permaneceram vestígios
daquela intuição de nós
do que se não criou ou foi gerado.
Sentimos na angústia
dos momentos mais gratos
e mais ternos de cada um
os conceitos de quem nada sabia,
daqueles que cobiçaram
e anseiam por certezas,
que nas entranhas
sustentam um rigor
daquilo que não agrada
mas que os faz contornar
apenas os que nada sabem.
Ou se sabem,
nada fizeram para o dizer.
Estaria tudo bem
nessa firmeza daquele evento
e na sufocação da vontade
se ninguém insistisse
em ressurgir
e contestar os actos,
como se alguém
estivesse cativo
de algumas adequadas vontades.
25/05/2011
Procurarei por ti
até ao fim de um mundo
ainda interminável
que eu não sei!
Demandarei aquilo que receei,
temente de tudo
que se entrega sem regra!
Esgravato e posso encontrar
numa consistência mais forte de mim,
no infinito dos esboços e no modo da incerteza,
a certeza daquilo
que todavia me deu
o sonho de te ter e sentir.
Continuas a ser o ente que se afasta,
mas que jamais se esgota.
Acontecimento que se deseja
num todo ou cada vez mais,
como um desejo louco
e magoado, sem vínculo.
Pressentimento de veludo,
agreste criatura que me foge
e procura como um aroma volátil,
no sentido de um nexo
daquilo que não existe em mim.
Caminhas até me ter,
próximo da tua mente,
com alguma exactidão
e confirmas a certeza
que vais voltar-me a experimentar!
Comprovas assim esta determinação
de manter um ciclo deliberado de vínculos.
Prometo por isso que me sentirás,
de tudo o que quero
fazer-te experimentar,
desde o lado mais cavado
ao mais profundo
do caminho para nós.
09/02/2011
Razão com fé
com algumas respostas
de dias cumpridos
por frágeis individualidades
sem a percepção de futuros.
Que dizes do tempo?
Escreves na sua sombra
uma ténue marca do nada
e reforças nessa escrita
aquela ideia do nosso passado!
Não encontro palavras
que descrevam essa polémica
do segundo seguinte.
Por isso, parto daqui
parto para não chegar,
Parto assim
sem mais nada.
Agradecimento
18/01/2011
16/01/2011
Cruzamentos
levantaram um símbolo
encostado ao ombro de um pobre velho.
Os olhos do teu refúgio brilham
com uma claridade lunar
numa noite de profunda escuridão.
A sobrevivência fez-se nossa
convergindo num cruzamento
de discursos sem ordem.
Quem explica isto!
Que força surgiu assim
do fundo de um retalho de nada?
Grandeza repartida,
aos poucos
pelo coração dos sobreviventes
onde a face da dureza
enrugada nos dedos
tem uma vontade sem principios.