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01/07/2009

Ela



No corpo de cada um,
Fica o rosto do meu eu,
Crio em mim o som total,
Paro no tempo sonhando o céu.
É impossível dispersar
A oculta harmonia das coisas.
Chorosa,
Crio nela a eterna alegria,
Recordo o encanto
Da distância do meu eu.
Então detenho aqui o que quero,
Porque o que foge
Cobre a natureza de fugas.
E o que importa, é crer.
Crer no que sinto, eu sinto o acto,
Actuar e sentir, procurar encontrá-los.
E espreito, esperando,
Criando,
Sonhando,
Deixando os disfarces, e limitando os castigos.
Para poder abandonar o passado,
E ficar no corpo o que sinto
Restando na alma o que amo
Da oculta e chorosa alegria.
Viajando na distância do acto,
Sentindo o actuar ao repetir
Brincando com a ideia de recusar,
A esta confusão dispensada da voz fingida,
Para ele próprio eu recordo
Consolando essa vontade
Com o prazer de o conhecer.
Por ele sinto medo
Mas por ele não vou desfazer
Esta poesia livre.

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